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domingo, 5 de agosto de 2012

Histórias em quadrinhos e a Produção textual


 HQ NA SALA DE AULA


Histórias em quadrinhos podem ajudar no desenvolvimento da razão sensível e da razão simbólica;

Trabalhar com quadrinhos ajuda a desenvolver formas diferentes de analisar a realidade;

Trabalhar quadrinhos é também estimular uma educação para uma cultura visual, mas o professor deve ter cuidado com a didatização excessiva dos quadrinhos;

O uso dos quadrinhos é apenas mais uma estratégia para se alcançar bons resultados na sala de aula.

Eles são apenas mais um recurso e a parceria entre quadrinhos e educação podem contribuir para que os alunos desenvolvam várias habilidades,que podem ir além da boa leitura e interpretação

Atualmente pesquisas realizadas em vários campos do conhecimento demonstram  que os quadrinhos ajudam, inclusive,na formação  de valores e na compreensão da realidade social.



HQ  NA  PRODUÇÃO TEXTUAL

Na prática, podemos hoje utilizar quadrinhos em praticamente todos os conteúdos escolares.

 Nas aulas de Língua Portuguesa o professor pode trabalhar a leitura crítica e interpretação de texto, a criatividade, caracterização de personagens, regionalização, ortografia, concisão e coesão do  texto, metáforas visuais e como auxiliar nas produções textuais.

Distribuidos os gibis entre os alunos, de forma que cada um possa ler pelo menos uma historinha completa.Depois abre-se oportunidade para uma conversa informal, trocas, em que os alunos vão comentar as histórias, os personagens, os aspectos que acharam interessantes.Vem então a Produção de Textos.

a) Escrever uma carta a um dos personagens da história comentando atitudes suas e dando-lhe sugestões de comportamento.

b) Recontar a história fazendo alterações nas partes que julgar conveniente, modificando o final ou não.

c) Colocar-se no lugar do personagem e escrever para os colegas da história demonstrando seus sentimentos em relação a atitudes deles ou a aventuras que viveram juntos.

d) Escrever uma carta ao autor da história, dando-lhe sugestões bem interessantes para uma próxima história.

Leitura da Obra Os Retirantes de Portinari


Leitura da obra - Os retirantes, de Portinari

-O que você está vendo nesta imagem?

-Quantas pessoas aí estão? Que outros elementos?

-Existem linhas nesta imagem?

-Como são? Lisas, grossas, retas, quebradas, onduladas?

-Que cores você vê? São claras, escuras, esfumaçadas?

-Que texturas podem ser apontadas? Nas roupas, no corpo ou

no rosto, no céu, no chão.

-Que efeitos o artista conseguiu?

-Você identifica movimento na obra?

-Há uma figura central? Há algum elemento que dá equilíbrio?

-Como é o tratamento da cor em relação às formas?

Tem contraste? Tem volume?

-Como é o fundo?

-Que sentimentos Os retirantes motivaram?

-A realidade expressa na obra é a mesma de hoje?

-Se Portinari fosse vivo será que pintaria o mesmo tema?

-Que semelhanças e diferenças é possível identificar no ontem da obra e o hoje?

-O que poderíamos fazer para mudar a situação atual? A arte pode ajudar?



As questões são apenas  possibilidades de leitura da obra.


A obra Retirantes mostra a necessidade que o povo tem em abandonar sua terra em busca de uma vida melhor em outra parte do país (por isso o nome Retirantes - retirante é o homem nordestino que viaja de onde mora a outro lugar em busca de água e comida, fugindo da seca). 
A obra tem influências do pintor cubista Picasso e mostra a miséria que atingia e ainda atinge o país. 
Candinho precisava mostrar o sofrimento do povo brasileiro, pois ele sofria muito com o sofrimento de sua gente. 
Repare nas cores usadas por Portinari. Amiguinho, que cores você enxerga? 
Técnica: Óleo sobre tela 
Dimensão: 190 x 180 cm 
Local: Coleção Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) 
Candinho usou em Retirantes as seguintes cores: terra (marrom), cinza, azul, preto, branco, ocre, verde, rosa, amarelo e vermelho. Observe, agora, como a obra é pintada por largas e fortes pinceladas. 
Portinari dramatiza (relativo a drama, tristeza) ao máximo a obra. Os personagens ilustrados por ele são reais, muito magros (raquíticos), famintos. Eles estão descalços, com aparência horrível, dando a impressão de estarem sujos. Uma das crianças - de um total de cinco - tem um corpo muito feio e deformado. Outra tem barriga-d’água. 
Os dois homens - o chefe da família e seu pai - têm a aparência de quem viveu uma vida muito dura no sertão nordestino. A mulher - a esposa - carrega uma sacola. Isso quer dizer que ela está em busca de uma vida melhor. 
Observe, amiguinho,o olhar destas pobres e tristes pessoas: olhar que não traz esperança por uma vida melhor. As partes de corpo à mostra não tem pele, apenas ossos e músculos fracos. As roupas estão rasgadas e não cobrem todo o corpo. 
O céu é mostrado em cinza escuro, apesar de não ter nuvens. É como que um céu seco, sem água (o Nordeste é seco), mas também sem luz. A lua não tem brilho. Repare, amigo, como há muitos urubus à procura de alimento, seja um gado morto pela seca ou os próprios retirantes. Não há plantas nem flores. Assim, Candinho mostra o sertão em sua forma mais triste. O chão traz só restos de ossos de gado e pedrinhas. 
Retirantes é uma das obras mais tristes de Candinho, assim como Menino Morto, mas é real, pois mostra a realidade do povo nordestino


Reforma ortográfica


A Reforma Poética:
uma reforma ortográfica criativa


Em casos como AUTOESTIMA o hífen cai.
A sua é que não pode cair.
Em algumas palavras, o acento desaparece, como em FEIURA.
Aliás, poderia desaparecer a palavra toda.
O acento também cai em IDEIA, só que dela a gente precisa. E muito.
O trema sumiu em todas as palavras, como em INCONSEQUÊNCIA, que também poderia sumir do mapa.
Assim, a gente ia viver com mais TRANQUILIDADE.
Mas nem tudo vai mudar.
ABRAÇO continua igual. E quanto mais apertado, melhor.
AMIZADE ainda é com "z",como vizinho, futebolzinho, barzinho.
Expressões como "EU TE AMO" continuam precisando de ponto.
Se for de exclamação, é PAIXÃO, que continua com "x", como ABACAXI, que, gostando ou não, a gente vai ter alguns para descascar.
SOLITÁRIO ainda tem acento, como Solidário, que só muda uma letra, mas faz uma enorme diferença.
CONSCIÊNCIA ainda é com SC, como SANTA CATARINA, que precisa tocar a vida pra frente. E por falar em VIDA, bom, essa muda o tempo todo, e é por isso que emociona tanto.
Por falar nisso, se for para mudar, que seja para melhor SEMPRE!



Revolta das Palavras Com a
Nova Reforma Ortográfica


Chegou a reforma da ortografia ...
Para facilitar a Gramática ...
Tirando toda a agonia ...
De uma forma lunática !
Mas esta reforma sem volta ...
Gerou confusão e revolta ...
No mundo das letras encantadas ...
Que ficaram muito assustadas !
Para resolverem um problema ...
Mataram o inofensivo trema !
Só porque ele virava um bicho chocante ...
Para muitos preguiçosos estudantes !
Assim com a força de um poema ...
Surgiu o movimento dos sem trema :
Lingüiça , cinqüenta , freqüência ,
Argüição , pingüim e eloqüência !
Nos ônibus dos ditongos ,
Que não são nada mongos ,
Tiraram todos os assentos ...
Sem penas e sem sentimentos !
Hífens foram retirados de palavras puras ...
Com brigas cruéis e muito duras !
Os hiatos “oo” e “ee “ perderam os chapéus ,
Que foram para o Reino do Beleléu !
Para serem vendidos em algum brechó ...
Toda esta situação é de dar dó !
Hífens foram retirados de palavras puras ...
Com discussões cruéis e muito duras !
Chegou a reforma da ortografia ...
Para facilitar a Gramática ...
Tirando toda a agonia ...
De uma forma lunática .

    Luciana do Rocio Mallon


sábado, 4 de agosto de 2012

Reforma ortográfica ll















GAMES  REFORMA ORTOGRÁFICA



Trabalhando com Charges


Produção de texto - Charge

      Charge, em francês, significa "carga" - é exatamente isso que a charge faz: carrega os traços de alguém ou de algum acontecimento, com fins de crítica política ou social, de forma bem-humorada e satírica. Não confunda charge com cartum, pois a charge é sempre uma crítica a algum episódio ou comportamento, enquanto o cartum retrata situações do cotidiano, sem necessariamente criticá-las.
    Para fazer ou entender uma boa charge é necessário estar atento aos acontecimentos e às pessoas que deles participam - em todas as esferas: nacional, política, econômica, social etc. -, ter uma opinião sobre o ocorrido e representá-la de forma artística e caricatural, fazendo uma crítica e cobrando soluções.
Fonte: Projeto Radix - Produção de Textos - 9º Ano / 8ª Série do Ensino Fundamental











Análise de charges

                          1. Descreva a charge. Quem são as pessoas representadas? Como estão  representadas?
          Há diferenças entre as elas? Quais? O que elas estão fazendo?

                                   2. Há legenda? Qual? Transcreva-a. Qual a relação entre “texto” e “imagem”?

3. De que trata a charge? A que se refere? O que satiriza?
                                    4. Qual o objetivo da charge?

Reflexão sobre consumismo

EU ETIQUETA

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
Carlos Drummond de Andrade

Como escolhe os produtos que usa?

Observe o grafite pintado em um muro em São Paulo e reflita;






sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Paródia

 Paródia é a imitação cômica de uma criação literária             

                 MEUS OITO ANOS

Casimiro de Abreu

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais.

Como são belos os dias
Do despontar da existência
Respira a alma inocência,
Como perfume a flor;

O mar é lago sereno,
O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado,
A vida um hino de amor !

Que auroras, que sol, que vida
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar

O céu bordado de estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !

Oh dias de minha infância,
Oh meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã

Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delicias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha, irmã !

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Pés descalços, braços nus,
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas
Brincava beira do mar!

Rezava as Ave Marias,
Achava o céu sempre lindo
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar !

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da, minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!


AI QUE SAUDADES
   Ruth  Rocha

Ai que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais...
Me sentia rejeitada,
Tão feia, desajeitada,
Tão frágil, tola, impotente,
Apesar dos laranjais.

Ai que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Não gostava da comida
Mas tinha que comer mais...
Espinafre, beterraba,
E era fígado e era fava,
E tudo que eu não gostava
Em porções industriais.

Como são tristes os dias
Da criança escravizada,
Todos mandam na coitada,
Ela não manda em ninguém...
O pai manda, a mãe desmanda,
O irmão mais velho comanda,
Todos entram na ciranda,
E ela sempre diz amém...

Naqueles tempos ditosos
Não podia abrir a boca,
E a professora era louca,
Só queria era gritar.
Senta direito, menina!
Ou se não, tem sabatina!
Que letra mais horrorosa!
E pare de conversar!

Oh dias da minha infância,
Quando eu ficava doente,
Ou sentia dor de dente,
E lá vinha tratamento!
Era um tal de vitamina...
Mingau, remédio, vacina,
Inalação e aspirina,
Injeção e linimento!

E sem falar na tortura:
Blusa de gola engomada,
Roupa de cava apertada,
Sapatinho de verniz...
E as ordens? Anda direito!
Diz bom dia pras visitas!
Que menina mais sem jeito!
Tira o dedo do nariz!

Que aurora! Que sol! Que nada!
Vai já guardar os brinquedos!
Menina, não chupe os dedos!
Não pode brincar na lama!
Vai já botar o agasalho!
Vai já fazer a lição!
Criança não tem razão!
É tarde, vai já pra cama!

Vê se penteia o cabelo!
Menina se mostradeira!
Menina novidadeira!
Está se rindo demais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Segundo exemplo

CANÇÃO DO EXÍLIO

Gonçalves Dias


"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

 

MINHA TERRA

Minha terra tem doenças
E não há médicos por cá
Aqueles  que adoecem
Não conseguem se curar

Nossos hospitais têm mais filas
Nossos pacientes têm mais dores
Nossos jovens menos vida
Os idosos mais tumores
Em gritar sozinho à noite
A gemer me encontro eu  cá

Nossa terra tem a  dengue                                                                                                                      E  tem também a gripe A

Aqui também tem doutores
Que vivem a negligenciar
Pacientes em estado grave e
Eles mandando voltar                                                                  

Mas a culpa não é só deles                                                      

 Nos hospitais não há lugar                                                      

A culpa é dos governantes                                                           

quem tem da saúde cuidar

Nosso povo com doenças
Fica a morte a esperar
Não permita Deus que eu morra
numa fila a esperar
__________________________________

AGORA É SUA VEZ   

                                                                           

O  QUE É - SIMPATIA

Casimiro de Abreu

Simpatia - é o sentimento

Que nasce num só momento,

Sincero, no coração;

São dois olhares acesos

Bem juntos, unidos, presos

Numa mágica atração.


 

Simpatia - são dois galhos

Banhados de bons orvalhos

Nas mangueiras do jardim;

Bem longe às vezes nascidos,

Mas que se juntam crescidos

E que se abraçam por fim.


 

São duas almas bem gêmeas

Que riem no mesmo riso,

Que choram nos mesmos ais;

São vozes de dois amantes,

Duas liras semelhantes,

Ou dois poemas iguais.


 

Simpatia - meu anjinho,

É o canto de passarinho,

É o doce aroma da flor;

São nuvens dum céu d'agosto

É o que m'inspira teu rosto...

- Simpatia - é quase amor!


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